ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS

Data: 04 de January de 2023 às 17:20

As espécies exóticas invasoras são aquelas que quando introduzidas em outros territórios conseguem adaptar-se, estabelecer-se, reproduzir-se e espalhar-se até colonizar o ambiente, formar novas populações e causar impactos na biodiversidade, saúde ou economia. Os problemas que podem causar são os seguintes: agem como depredadores — impedindo o desenvolvimento das espécies nativas —, alteram o habitat — modificando física e quimicamente o solo —, competem pelos alimentos e pelo espaço, hibridizam com as espécies nativas, introduzem novos parasitas e doenças, etc.

Os efeitos de uma invasão biológica também podem ser observados na saúde humana, pois muitas espécies podem transmitir doenças, causar alergias ou, inclusive, serem tóxicas. Também afeta a economia de forma considerável, pois provoca a redução ou desaparecimento da atividade pesqueira, perdas na atividade pecuária e na lavoura ou prejuízos para a indústria turística, entre outros.

Um exemplo típico que ocorre no Brasil é o bagre-africano, Clarias gariepinus. Essa espécie é uma das espécies introduzidas no Brasil com fins de aquacultura devido ao seu rápido crescimento e grande porte, distribui- se amplamente na África, ocorrendo ainda em Israel, Líbano e Turquia (Teugels, 1986). O bagre africano ocorre principalmente em águas calmas de lagos, mas pode também ocorrer em rios com fluxos de água maiores, tendo sido introduzido no Brasil em 1986 (FAO, 1997). Trata-se de uma espécie altamente tolerante a condições ambientais extremas, podendo engolfar ar diretamente da atmosfera e utilizá-lo através de órgãos respiratórios acessórios (Teugels, 1986; Robins et al., 1991). Pode deixar a água durante a noite usando a forte nadadeira peitoral para procurar alimento ou sítios reprodutivos. Forrageia durante a noite sobre uma ampla variedade de presas, tais como peixes, pássaros, anfíbios, pequenos mamíferos, répteis, caracóis, caranguejos, camarões, insetos, plantas, podendo ainda ser planctófago se necessário (Munro, 1967; Hickley & Bailey, 1987; Adeyemo et al., 1997; Dadebo, 2000; Arrington et al., 2002). Machos e fêmeas atingem a maturação sexual com tamanhos similares (ao redor de 330 mm) e o período reprodutivo do bagre-africano está associado ao verão e ao período de chuvas (Bruton, 1979; Zaki & Abdula, 1983; Osuigwe & Erondu, 1997; Dadebo, 2000).

Para uma espécie de grande porte como o bagre-africano, a ocupação dos habitats deve influir negativamente sobre as espécies nativas, especialmente em córregos de pequeno porte. A vulnerabilidade das espécies nativas tende a ser maior em locais com baixa diversidade natural.

 

Créditos: www.criarpeixes.com ; www.iberdrola.com